Uso de Inteligência Artificial na indústria musical impulsiona discussão sobre controle de qualidade

O uso de inteligência artificial na indústria da música tem crescido nos últimos anos. De músicas e composições criadas por Inteligência Artificial, hologramas e até versões criadas com vozes de artistas já falecidos, o assunto divide opiniões e suscita novas discussões.

A mais recente polêmica em torno do tema foi a de que, ao alterar o testamento após ser acometida por doença nas últimas semanas, a rainha do pop mundial, Madonna, proibiu o uso de sua imagem em hologramas ou criada a partir de I.A. para homenagens póstumas. Nesse cenário, fãs de músicas e artistas começam a se perguntar o que é permitido ou não.

Para o especialista Vitor Cunha, engenheiro de áudio e fundador da distribuidora musical Magroove, com 1 milhão de artistas e ouvintes em mais de 196 países, ainda é cedo para dizer o que é certo ou errado. “Ainda estamos falando de um tema novo, que divide opiniões pessoais e suscita discussões diversas.

Enquanto para alguns fãs é uma forma de ouvir novas músicas dos seus artistas preferidos que já faleceram, a discussão ética e a recepção dos familiares dos artistas é tema central de discussão, fora toda a discussão envolvendo direitos e royalties”, explica o especialista.

Nas plataformas de streaming, aponta Vítor, as distribuidoras, responsáveis por gerenciar as músicas que são disponibilizadas nas plataformas, devem ser responsáveis por barrar versões não oficiais ou autorizadas, para evitar que sejam disponibilizadas nas plataformas.

No mercado, o assunto acende um alerta e a discussão do aperfeiçoamento dos mecanismos capazes de barrar casos de plágio, a fim de proteger direitos de gravação, remuneração e royalties.

Enquanto a Madonna quer afastar a possibilidade de ter sua imagem ou voz usada por Inteligência Artificial, no Brasil, Roberto de Carvalho, esposo de Rita Lee, considerada rainha do rock brasileiro, disse em entrevista ao Estadão que a cantora adoraria os recursos da inteligência artificial.

Do ponto de vista dos artistas, temos opiniões pessoais positivas e negativas em torno do uso das novas tecnologias. A discussão deve ir além da preferência de cada um deles e envolver a regulamentação e distribuição”, analisa Vítor.

Equilibrar a inovação tecnológica com a integridade artística ajudará a indústria musical a garantir a autenticidade do conteúdo distribuído nas plataformas de streaming musical, além de garantir a confiança de todos os agentes do mercado: compositores, artistas e distribuidores.

Novas tecnologias estão sendo criadas a todo o momento, é necessário que a indústria acompanhe essa evolução e esteja atenta para realizar análises mais eficazes a fim de evitar plágios, garantir direitos e proteger artistas e canções ”, finaliza Vitor.

Sobre a Magroove

Magroove é uma startup que atua na distribuição digital de músicas de artistas independentes. Criada pelo brasileiro Vitor Cunha, produtor musical e engenheiro de som, a empresa já tem mais de 1 milhão de artistas e usuários, presentes em mais de 190 países.

Para os artistas, a Magroove atua como um agregador, auxilia e democratiza a possibilidade de disponibilizar músicas nas plataformas de streaming, enquanto com os ouvintes atua por meio do aplicativo homônimo, em um formato “Tinder” de recomendação musical, que em 30 segundos toca novas músicas similares à canção que o usuário pesquisou no aplicativo, independente do sucesso do artista.